sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Amor, amar, amém!

Bati na porta três vezes, como de costume. Você apareceu, mas diferente das outras noites você estava com o olhar distante, como de quem quisesse sair dali e não mais voltar. Nos cumprimentamos agradavelmente e a porta foi fechada. O silêncio invadiu a sala que já foi cúmplice de nossa felicidade, e eu me sentia uma estranha naquele local que me era tão especial. Você com as mãos na cabeça como quem estivesse procurando as palavras certas para dizer o que sentia. Aguardei para ouvir o que queria dizer. Você começou dizendo que me amou desde o momento que me viu naquele belo vestido amarelo, meus cabelos voando com o vento e meu sorriso que de cara te encantou. Então ouve uma pausa, sua respiração estava afobada, como se tivesse corrido uma maratona completa. Você continuou, dizendo que eu mudei sua vida pra melhor, e só Deus e aquela sala sabem como éramos felizes. Somos - eu disse, e ele me olhou e disse 'Sim, somos!'. Porém de uns dias pra cá sinto-me incapaz de estar completamente ao seu lado, como se algo muito forte me puxasse para longe de você. Seus olhos foram para a janela, percebendo assim que chovia muito. Enquanto eu esperava pela continuação não entendendo onde ele queria chegar. "Não dá mais!" ele disse. Nesse momento um buraco apareceu embaixo de mim me fazendo cair em queda livre. Eu não sentia ar em volta de mim, não sentia chão em meus pés. Depois de uns malditos segundos, olhei pra ele como um cachorro que foi colocado pra fora de casa olha pro seu dono, e disse: Porque?. "É o melhor para nós dois". Pera, melhor pra QUEM? Não, não me venha com essa de o mehor. O melhor é você ao meu lado feliz como sempre. Como se adiantasse minha lábia, como se eu pudesse mudar a cabeça dele. Ele nunca foi do tipo de se levar pelos outros, ele não faria isso agora. Me deu vontade de correr e gritar: VOCÊ VAI SE ARREPENDER!!, mas o máximo que meu corpo destruído e meu coração derrotado puderam fazer foi dizer adeus, sem o "até mais meu amor".

Um comentário:

  1. pois é, esses putos insistem em acabar com os nossos corações, mas eles não sabem que nós somos fortes, e vingativas.

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