domingo, 28 de novembro de 2010

há uma garota

Há uma garota, e ela escreve poesia em seus braços.
Quando as pessoas perguntam-lhe porque, ela diz que assim nunca esquece.
Mas na verdade ela só quer que outras pessoas leiam suas palavras e digam que são belas. Poesia, porém, ela sabe que a maioria das pessoas não entendem. Ela sabe que não entendo.
As células de sua pele estão morrendo, mas ela não entende o porque. Não entende como pode palavras tão belas afeta-la, mas sabe que é como ela está sentindo. 
Elas são bonitas, no entanto, apesar de tudo. Suas palavras belas são amarradas juntas em toda a sua pele pálida.
Elas são bonitas.
Incompreendidas, mas bonitas.
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Há essa garota e ela pede desculpas por tudo. ’Perdão, eu estou tão, tão triste.’
Não sabe porquê, mas ela o faz de qualquer jeito, porque às vezes isso a faz se sentir melhor. Ela pretende, porém, poder responder quando lhe perguntam: “Por que você está arrependida?”
Mas ela não pode. Ela não sabe.
Ela deseja não ficar com medo.
Ela deseja que as pessoas que significam muito não deixem-a. Ela gostaria de poder dizer-lhes, não, não vá para a cama, fique aqui e faça-me sentir melhor. Ela não pode no entanto.
Tentou escrever a poesia em seu braço, mas tudo o que saiu foi
“Me me me medo medo medo”
Mas ainda não sabe porquê.
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Há uma garota e ela perdeu sua capacidade de amar.
há uma garota e ela perdeu a sua capacidade.
Havia uma garota e ela está perdida.

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