domingo, 28 de novembro de 2010

melhor sonho de minha vida.

Ele gritava novamente. Meu Deus! Como é chato.
Ele sempre foi assim, o mais inútil e desprezível ser-humano, e eu o odiava.
Dei-lhe uma bofetada na cara. 
Como um bom cavalheiro que era, deu-me um pontapé na canela. Ele nunca soube levar desaforo para a casa, nunca foi do tipo que apanhava calado, ainda mais de uma garota como eu.

Corri para a sala de aula, torcendo para que ele não viesse atrás, e se viesse, que fosse atropelado no corredor por um ônibus que apareceu na escola não-sei-como. Mas esse sonho estava longe de acontecer, e ele passou pela porta da sala. Com o rosto vermelho, e uma cara de raiva. Eu estava perdida!


Na hora da saída voei para o portão, com a desculpa de estar cansada. Quando entrei no carro, vi que ao invés de minha mãe, quem dirigia era minha amiga Jenny.
"Meu Deus, Jenny. Minha mãe liberou?"
"Não, eu roubei o carro.. vamos logo!"
Por um momento achei estar sonhando, mas tanto a cara de raiva do Matheus, quanto meu roxo na canela, me pareciam bem real. Principalmente a surra que eu tomaria de minha mãe.



Pelo jeito que ela dirigia, comecei a pensar que não veria o sol nascer outra vez, e antes mesmo de terminar a frase "Jee vai devagar por favor ..." , ja nos vi invadindo uma casa, passando por cima do portão e indo direto para um monte de mato.
Sai do carro desesperada, quando fui atacada por um pit bull que voou imediatamente para minha canela - sim, a roxa. Não era um bom dia para ela.
Para piorar as coisas, me aparece o dito cujo, conhecido como Matheus, com uma cara de assustado gritando para que o cachorro (pelo que percebi, SEU cachorro) soltasse minha perna.
Ele soltou.
Eu agradeci e comecei a entrar no carro, mas antes que a Jenny pudesse dar a partida, Matheus ja estava com os braços ao meu redor, me levando para sua casa.
Depois de muitos cuidados, e muita dor, comecei a ficar irritada pois o garoto que eu mais odiava no mundo estava com as mãos imundas em minha perna, a qual ele machucou, duas vezes, em um dia.
Após o curativo, ele riu e disse: Bom, agora o chute não foi tão significativo assim.. quase nem dá para perceber que havia um roxo ali.
Não pude deixar de sorrir. Merda.



E todos os dias que se passavam, Matheus ficava diferente.. o ódio em seus olhos tinham dado lugar há algo.. diferente.. algo que os deixavam brilhante, como nunca.
Um dia na escola, Matheus me encontrou e disse que precisava me contar algo.
Eu respirei fundo, e disse: Fala logo, estou ocupada.
Ele começou: sabe.. eu não sei como dizer.. mas, er.. muita coisa mudou .. e eu acho que ..


Acordei com meu celular tocando, sem nem mesmo ver quem era (eu ja sabia!), atendi, e a voz mais linda do mundo disse: EU TE AMO.

Desliguei e voltei a dormir. O sonho não era mais o mesmo.
Mas o final daquela história eu já conhecia.
E eu o adorava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário